Geografia

Ao assistir ao vídeo pude compreender que Redes urbanas são:
A urbanização de uma sociedade origina uma rede urbana, isto é, um sistema integrado de cidades que vai das pequenas ou locais às metrópoles ou cidades gigantescas. A regra geral é que para milhares de pequenas cidades existam centenas de cidades médias e poucas metrópoles.
A rede urbana nada mais é que a malha metropolitana de um país que constituí-se basicamente de cidade global, metrópole nacional, metrópole estadual, metrópole regional,médias e pequenas cidades. 


O que caracteriza uma megalópole ?

   seria o aglomerado (conurbação) de várias metrópoles ou regiões metropolitanas como, por exemplo, a faixa que se estende pela costa norte-americana desde Boston a Washington e compreende  Nova York, Filadélfia e Baltimore, constituindo a maior megalópole do mundo.
Ambos os termos se referem a tipos de aglomerações urbanas muito comuns à partir da Revolução Industrial. Mas, muito antes disso, já haviam núcleos urbanos com milhares de pessoas em diversas partes do mundo, como a metrópole maia de Tikal na América Central. E, mais recentemente descoberta, a megalópole de Angkor no Camboja que, segundo as estimativas dos cientistas, pode ter sido o maior aglomerado urbano anterior a Revolução Industrial com mais de 1.000 km².
Mas, como nessa época as populações não contavam com as tecnologias atuais para evitar desastres como a erosão do solo e a escassez hídrica, todas elas desapareceram, embora, uma característica comum de todas elas, tenha sido o desenvolvimento espetacular (para a época) das tecnologias agrícolas.


O POVO BRASILEIRO


Ao assistir a primeira parte do  vídeo O POVO BRASILEIRO pude entender o seguinte ?







O vídeo falou dos primeiros povos do Brasil os Chamados 'Tupis' e de como se comportavam de como eram seus costumes e suas tradições e como pintavam o corpo, os Tupinambás foram os índios que mais tiveram contatos com os Europeus.
Suas Crenças eram bem curiosas eles acreditavam em todos os tipos de espíritos dês de o espírito do Tatu ate o espírito que roubava as almas e moravam no fundo do rio, suas Casas eram enormes e comportavam 600 pessoas em cada uma delas, as primeiras descobertas da natureza cm plantas medicinais foram feitas por eles, eles tinham um afeto bem interessante com cada um, cada um respeitava as diferenças dos outros, e as tarefas eram designadas dês de muito cedo para cada um, os bebês meninos ao nascer ganhavam um arco e Flecha em miniatura, como forma de que ao crescer se tornaria um guerreiro que batalharia por sua aldeia e traria a comida necessária, já a menina ganhava uma tanga feita a mão assim quando crescesse se tornaria uma tecelã e cuidaria de sua casa, de seu marido e filhos.


Ao assistir a segunda parte do  vídeo O POVO BRASILEIRO pude entender o seguinte ?










Logo no início do segundo vídeo, faz-se referencia ao sonhos do Príncipe Dom Henrique, ele colocou Portugal na linha de frente dos povos e seu incentivo à navegação e os inventos decorrentes, um navio de luxo foi responsável pelo vanguardismo dos portugueses nas navegações, estas naus tiveram importância histórica maior para a humanidade do que as naves espaciais dos dias atuais. Além disso, Portugal transformou-se na primeira Nação dos tempos modernos.
Portugal, formada por uma estreita faixa de terras premidas entre o mar e a Espanha e, com algo em torno de um milhão, a um milhão e meio de habitantes, para sobreviver, tinha que, necessariamente se lançar ao mar. E fez isso munido com as experiências incorporadas de árabes e de judeus, se fez um país de navegadores e de conquistadores
A sua origem histórica remete aos fenícios, aos gregos e aos cartagineses e a submissão ao Império Romano. Depois vieram os diferentes povos bárbaros, godos, visigodos e celtas, mas a maior influência caberia aos árabes. Darcy inclusive defende a tese de que Portugal é mais árabe do que latino, destacando para isso o recebimento dos números arábicos, em substituição aos romanos e a obra de Aristóteles e, acima de tudo, o que a visão aristotélica de mundo e de ciência proporcionou. Os árabes formaram um mosaico de mercadores, artesãos e camponeses e deixaram como herança para os portugueses inúmeras coisas como o moinho, o algodão, o bicho da seda, a cana de açúcar e a doçaria, o azulejo e o gosto pela claridade, as varandas. Os traços judeus também estão presentes, preponderantemente com a economia mercantilista.



Ao assistir a terceira  parte do  vídeo O POVO BRASILEIRO pude entender o seguinte ?







O terceiro capítulo do vídeo é dedicado a matriz afro, na formação do povo brasileiro.
A África é apresentada como o continente negro e, para o espanto e de muitos, é apresentada como o berço da humanidade, pois foi aí que a espécie humana surgiu. Nunca houve uma cultura africana homogênea, a diversidade sempre foi a sua maior marca. De Angola, Congo, Nigéria, Moçambique e Daomé "foram partidos" os africanos que fizeram a travessia para o Brasil, para serem aqui, a sua força de trabalho. Os primeiros negros que aqui vieram, o ciclo da Guiné, vieram da Costa Ocidental. Mais tarde vieram os da África Central Atlântica, da Angola e do Congo, os Bantos.
Já conheciam a agricultura, a cerâmica, a criação de gado e a metalurgia.Esta era vista como uma dádiva divina e em toda a África havia as divindades metalúrgicas. Em seu louvor, tanta arte em metais. Já tinham uma concepção de Estado, faziam uso de moedas e a escravidão entre eles já era uma prática existente. O sagrado está onipresente. Acreditavam na existência de dois mundos que se interligavam, o mundo visível e o invisível, o mundo de Deus. Deus é a criatura incriável, o princípio de tudo e acima de tudo, sem ter tido um princípio, um começo. A Ele chegavam, estabelecendo vínculos e laços, através de seus antepassados. Os primeiros clãs, os ancestrais mais longínquos exerciam o poder político e também o religioso. Eles eram os proprietários de tudo: da terra, das águas, das florestas e do sertão e das palmeiras. No culto aos mortos buscavam a fertilidade das mulheres, da terra, de todas as benesses e o afastamento dos perigos.
A vida era o que existia de mais sagrado, o ser supremo da criação.Havia um culto ao sol e ao tempo. Havia a claridade e a escuridão. Para perguntar a hora, perguntavam qual era o sol, e havia a hora, ou o sol para tudo: para plantar, para colher, para chegar e para partir. O tempo presente, o tempo favorável e o momento preciso. Na despedida derradeira, eram conduzidos por um barco para o mundo invisível.
Darcy, no encerramento fala que no encontro com os negros e com os índios, em sua miscigenação, eles deixaram de ser eles, para serem o povo brasileiro. A presença da força da ancestralidade é mostrada com um belo canto de Gilberto Gil.



Ao assistir a Quarta   parte do  vídeo O POVO BRASILEIRO pude entender o seguinte ?








O quarto capítulo do vídeo, O Povo Brasileiro, é dedicado ao encontro e desencontro de portugueses, índios e negros, na gênese do povo brasileiro.

O vídeo tem a participação de Darcy Ribeiro, de Chico Buarque, leitura interpretativa de textos de Pero Vaz de Caminha, de Pero Lopes e de Cervantes e comentários de Hermano Viana e de Antônio Risério. Mais uma vez são mostrados, ao longo do vídeo, magníficas obras de arte relativas ao tema abordado. Um luxo só.

Darcy abre o capítulo, falando da cultura brasileira como uma cultura de retalhos, guardados pelo povo, um povo novo que vai se miscigenando no corpo e no espírito. A primeira contribuição é a do índio nativo, que ensina o viver na floresta ao português e desta primeira sementeira humana, acrescida depois pela presença negra, se forja uma fusão de corpos e mentes, que irá produzir o novo. Uma fusão genética sem freios e sem pecados, numa mistura de todas as taras e de todos os talentos como Chico nos mostra, na leitura da obra de Darcy. Neste processo, identidades milenárias foram se encontrando, se misturando, perdendo originalidade na criação do novo e, de novo, algo muito original. Eis a origem da formação do povo brasileiro. Esta fusão continua em ato, no fazimento da brasileiridade.
Ele  explica melhor o que foi a economia fundada no cunhadismo. O português, ao prenhar uma índia, torna todos os índios, seus cunhados e eles passam a trabalhar para ele. Deliciosamente nos conta que o casamento de João Ramalho com Bartira foi uma crassa e piedosa invenção dos jesuítas. João Ramalho e cada um de seus filhos teve mais de trinta mulheres, trinta, apenas um modo dizer. Os filhos assim nascidos perdiam parte da raiz, tanto índia, quanto portuguesa. Um novo povo estava se plasmando.O encontro dos diversos, formando o diferente.
Os índios vítimas da escravidão e da guerra biológica. Um etnocídio, sem precedentes.
O tráfico escravista era uma prática do comércio internacional da época, fonte de bons negócios. os navios tumbeiros traziam os escravos negros, mais adaptáveis em função de viverem em um outro estágio, eram considerados como mais adaptáveis. E vinham também, Darcy nos conta, molecas, meninas de doze a treze anos, para a satisfação dos portugueses. Assim foram gerados os mulatos. Estes já não eram, originalmente, nem negros e nem portugueses. De novo, um novo povo se formando e, em meio a muitos sofrimentos, os desencontros.


Ao assistir a Quinta   parte do  vídeo O POVO BRASILEIRO pude entender o seguinte ?






Da casa grande e da senzala, dos engenhos e das tecnologias, da fertilidade das terras e do conhecimento do açúcar pelos portugueses e com a escravidão negra se forjou a civilização canavieira. O senhor do engenho reinava absoluto. Era uma espécie de senhor feudal, todo poderoso, poder pleno. Para simbolizar este poder, Darcy conta a história de um senhor que comprou uma moleca, para os seus deleites e a sua senhora lhe mandou quebrar todos os dentes, para torná-la feia. Tudo se podia. Até poder religioso, o senhor feudal tinha, pois a igreja e a casa grande eram unidas. Na casa grande, toda a pompa e riqueza. Na senzala, um pombal negreiro, onde  viviam encaixotados e empilhados e prontos para produzir a opulência do ciclo açucareiro.

A riqueza estava aqui. Ricos éramos nós. E a nossa riqueza era expressa não só pela economia, mas também pelas artes, pela pintura, pela música, pela poesia, pela escultura e pelo pensamento político. Nos Estados Unidos jamais se produziu uma cidade como Salvador e muito menos, como Ouro Preto. A opressão sobre o negro não cessou com a abolição, como seria de imaginar, pelo contrário iniciou-se um processo que os marginalizou, com mil processos de exclusão e de não qualificação para serem integrados a uma sociedade de classes. (Tenho trabalhos sobre a questão -Joaquim Nabuco, Florestan Fernandes -, que oportunamente publicarei). Mesmo após a abolição, a elite não pensou em formar uma Nação para os brasileiros. Continuaríamos sendo uma empresa para os outros. Um momento decisivo para o Brasil, mas desperdiçado. Deixamos de integrar pessoas ao mercado e criando problemas sociais.


Ao assistir a sexta   parte do  vídeo O POVO BRASILEIRO pude entender o seguinte ?







O sexto capítulo é dedicado ao Brasil mais sofrido, mas que endoidou de ficar bom, nos diz Darcy, ao falar do cultivo de frutas, no São Francisco.

O sertão brasileiro tem origem na criação do gado, no nordeste que vive situações extremadas. A caatinga é a natureza mais hostil que existe para o ser humano, o lugar mais difícil de se viver. Sem chuvas e quando chove ela é irregular e pouca. A terra não a absorve, pois é um chão de argilas secas em solo raso e pedregoso. Sua vegetação é a espinhenta caatinga. Surgiu num surto de interiorização, com a criação de gado, criação esta impossível, junto aos canaviais. O gado foi então levado para as terras imprestáveis, sem água, um boi em cada dois alqueires de terra. Mas havia um pouco de água e a teimosia humana insistiu em ali ficar. O boi era mercadoria boa, nos diz Darcy, que como os escravos não precisa de transporte. Ele se auto transportava. E deste sertão se fez criame de gado e de gente, de uma gente diferente, o sertanejo.
Mas quando e onde havia água, a paisagem se engalanava.

Ameríndios, brancos e mestiços, de São Paulo e da Bahia foram alargando nossas fronteiras agrícolas, sob a permanente ameaça do sol. Ali se criou um homem forte, resignado e prático, preparado para a luta. Estamos no século XVIII e começando pelo Piauí. Entramos no ciclo da pecuária extensiva, com as marcas do couro, do latifúndio, do misticismo e do coronel, este de faca e de fuzil.

O couro era onipresente: de couro era a porta das cabanas, o leito no chão duro, o lugar de guardar roupa, a bainha da faca, o mocó de carregar comida, a esteira onde se arrastava terra para a construção de açudes, e a roupa para adentrar ao mato, e muito mais. Formou-se uma civilização em torno do couro. O espírito do sertanejo tinha uma espécie de ligação direta com o mundo medieval, uma cultura de arcaísmos. A poesia popular, manifesta pelo cordel reflete este mergulho na Idade Média. No espírito cultivavam o ascetismo (devia ser difícil), o milenarismo e até o sebastianismo. Viviam um cristianismo português, la´da profundidade. Um rei voltaria com seus cavaleiros para salvar o seu povo. este espírito era a sua resistência, para esta insurreição da terra, contra a presença nela do homem. E quando os pássaros abandonavam a área, a seca estava anunciada. Era o prenúncio de desgraças mil.
A seca acabava com tudo, homens e animais. Aos homens sobrava  a fuga do sertão e assim muita  gente foram  abrindo novas frentes agrícolas ou povoar as cidades, se empregando em tarefas que não exigiam classificação, na construção civil e na indústria.
A sua religião era puro misticismo e superstição (Os padres não enfrentaram a dureza do sertão?). Era cheia de demônios, de malditos, de lobisomens. A religião era tão trágica, tão machucada de espinhos e tão torturada pelo sol, quanto a própria paisagem. Esta religião se expressa no padre Cícero de Juazeiro, na santidade de Jaguaripe, no misticismo de Pedra Bonita, em Pernambuco e na personificação maior em torno de Antônio Conselheiro e a tragédia de Canudos.
O sertão nordestino e o nele viver é maior lição que o sertanejo deixou, para nossa geração ávida de consumo e que tudo encontra em shoppings. Quem viveu as agruras do sertão, está apto a viver em qualquer lugar do mundo, acostumado que está em lidar com as dificuldades. Com as modernas tecnologias é possível levar água ao sertão, hoje um dos melhores lugares do mundo para produzir frutas,como nos demonstram as culturas das margens dos Rio São francisco.


Ao assistir a sétima   parte do  vídeo O POVO BRASILEIRO pude entender o seguinte ?









Darcy Ribeiro e Antônio Cândido nos contam sobre o Brasil Caipira. 
Trata-se de uma outra área cultural, seguramente a que mais transformações, de toda ordem, recebeu. Não se trata, nos adverte Antônio Cândido, daquele sujeito de hábitos não civilizados, que pejorativamente chamamos de caipira, mas de um dos personagens mais característicos na formação de nossa gente. É aquele morador que sobrou dos primórdios da colonização de São Paulo, resultado do cruzamento do português com as índias. Esta gente andeja perambulou por aí, com o sertão no horizonte e um sonho fixo na mente. Falavam a língua geral, uma elaboração dos jesuítas, sobre o tupi guarani. Só não se tornou a língua oficial pela imposição de Portugal. Primeiramente, por século e meio, aprisionaram índios para mandá-los como escravos para os engenhos, até que um dia, um negro encontrou algo também negro, que o branco descobriu ser ouro.

Do nada, 300.000 pessoas acorreram para o ciclo do ouro. Quando o ouro se acabou, a diáspora espalhou essa gente, para áreas de novas minas (Goiás e Mato Grosso), mas muitos foram ficando. Fizeram roça, plantaram milho, criaram porco, galinha e vaquinhas. O queijo também fazia parte de seus fazimentos. Eis o povo caipira. Antônio Cândido nos explica que alguns se fizeram fazendeiros, latifundiários, exportadores. Permaneceram no mercado e moraram em cidades. Mas a maioria saiu do mercado, vivendo em suas rocinhas, produzindo para si mesmos. Os orgulhosos bandeirantes, agora atrofiados, se transformaram nos caipiras.

A nova transformação veio com o café. Florestas são derrubadas e a sina da escravidão se estende agora para a cafeicultura. E, culturalmente, novas fusões se fazem, com a incorporação da cultura afro, rumo a uma indiferenciação, pela unificação. O Vale do Paraíba é o grande cenário. Este cenário se modifica com a abolição e a imigração. Vejam bem, até aqui, todo o trabalho regular, sistematizado, e já estamos no final do século XIX, (1888), era trabalho escravo, trabalho tratado a chibata. Mas o que se fez com o negro, para integrá-lo a uma sociedade classista e competitiva? Não tenho espaço, aqui, para tratar da questão. O imigrante não teve sorte muito melhor mas, ao menos, já estava habituado com o trabalho assalariado.
 Mas esta sociedade de auto suficiência, do queijo, do franguinho e do porquinho, da rapadura, da cachaça e do fumo, da produção artesanal, sofrerá a sua última grande transformação. Estamos na metade do século XX. Esta cultura é assolada pela transformação da industrialização. De fora lhe é trazido um modelo, uma sociedade de mercado, que lhe mostra produtos, para os quais não tem dinheiro para comprar. A vida no campo também muda, com uma completa reestruturação das atividades agrícolas e pastoris. Ocorre o êxodo rural. Não porque a cidade tivesse empregos e atrativos, conta Darcy, até a escola que era boa, fica ruim. O que existe é um enxotamento. O caipira vem para a cidade para exercer funções subalternas, servente de pedreiro na construção civil, porteiro, soldado, e vai morar na periferia.  Vai viver desolado. Subordinado ao mercado. Todos querem as coisas do mercado mas como comprar as mercadorias sem ter o dinheiro.





Ao assistir a oitava   parte do  vídeo O POVO BRASILEIRO pude entender o seguinte ?










As Missões são algo impressionante. Se formaram pelo encontro dos jesuítas espanhóis, com um projeto bem definido, com os índios guaranis e, com este encontro, uma utopia se fez realidade. Os jesuítas transformaram índios  guerreiros e de ritos antropofágicos em índios seráficos e piedosos, que confessavam diariamente as suas mais recônditas vontades e os mais profundos desejos, que por sua vez recebiam a censura e a repressão dos padres, com a triste ideia do pecado. Centenas de milhares de pessoas entraram neste projeto. O projeto de Deus estava realizado! Além de um projeto político, era também, um projeto espiritual, de conquista de almas. Judith Cortesão nos relata que este foi um dos projetos de lavagem cerebral mais bem sucedidos. Porém, um dos mais abomináveis, ao se desfazer uma visão de mundo e promover o desenraizamento cultural. O índio já não era mais índio.
As Missões, um dos maiores transplantes culturais. Índios passaram a não ser mais índios.
Mas quem apanhou com este projeto espiritual, foi o corpo. Eles perderam a capacidade de lutar, de se defender. Os mamelucos bandeirantes viram estes índios e o seu trabalho disciplinado e os transformaram em presas. Formaram bandeiras, verdadeiras cidades ambulantes, com até duas mil pessoas e mais de trezentos mil catecúmenos missioneiros se transformaram em mercadoria, que ainda por cima se auto transportava, para os canaviais e os engenhos açucareiros.

Mas os portugueses também estavam presentes. Eles já estavam em Laguna, o extremo sul português de então. Vendo as fronteiras de hoje, entendemos os êxitos do empreendimento expansionista. Durante as falas, lindas cenas da presença portuguesa, são mostradas. Duas foram as raízes portuguesas, vai contando Judith Cortesão, a dos açorianos e a dos poveiros, navegadores e pescadores de Póvoa de Varzim, do norte de Portugal. Quem quiser conhecer a presença portuguesa no sul, sugiro uma visita ao bairro de Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis. Não tem como não se encantar. Cortesão ainda nos fala das festas do Divino, que como vimos no capítulo da matriz lusa, são festas simbolizando fartura e fraternidade.

Açorianos e portugueses transformaram as invernadas em estâncias e a espontaneidade cedeu para a racionalidade e, o gaúcho campeiro cede espaço para o escravo negro. Dos negros foi herdada a festa de Navegantes, uma das maiores festas do sul, e os candomblés, numerosos em Porto Alegre e na cidade de Rio Grande. A presença negra também nos legou Lupicínio Rodrigues. Inigualável. Entre as suas músicas está um dos hinos mais cantados, Brasil afora e, conhecido de todos "Até a pé nós iremos", o hino do único imortal no futebol, o imortal tricolor. Esta menção eu estou inserindo, em vingança ao vídeo, que mostra um escudo daquele outro time de Porto Alegre, em uma casa de imigrantes.
A quarta presença no sul é a dos imigrantes. Alemães, italianos e poloneses foram trazidos pelo governo, para povoar as áreas vazias entre a fronteira e as cidades. Formaram núcleos culturais bastante fechados, fechados até hoje. Assim temos os alemães dos vales dos rios dos Sinos e Itajaí e os italianos da região da serra gaúcha, tendo em Caxias do Sul, o seu maior núcleo. Em menor número vieram os poloneses e os ucranianos. A urbanização e a industrialização se encarregou das fusões e unificações. Cortesão ainda nos conta da herança portuguesa dos faxinais, um legado para o futuro. Terras coletivas, em meio a propriedades individuais, sob o cuidado e uso coletivo.


Ao assistir a Nona parte do  vídeo O POVO BRASILEIRO pude entender o seguinte ?








No Brasil mais profundo, encontramos o Brasil Caboclo.

Muitos índios e poucos portugueses, misturados pelos jesuítas, eis a origem do nosso caboclo, que habita no lugar de beleza incomparável, beleza só nossa e de alguns vizinhos, a beleza da Amazônia. O chamado Jardim da Terra, de uma extensão imensa. Lá impera a exuberância e o mistério, o mito das riquezas, do ouro e da prata. Das mulheres guerreiras, de gigantes e de anões, das drogas e das plantas fantásticas. Se eu tivesse que falar da minha terra, diz Aziz Ab'Saber, diria que ela convive com raízes ainda  pré-históricas e que copia o que existe de mais moderno no mundo ocidental. Diria também, em termos de futuro, que temos os maiores recursos hídricos de rios, riachos e igarapés, de rios brancos, negros e violáceos, o maior domínio de natureza tropical e as florestas com a maior biodiversidade da terra. Bela perspectiva.

 A chegada dos europeus representou a catástrofe. As doenças que trouxeram entraram no corpo dos índios para dizimá-los. Foi o sarampo, a bexiga, as cáries dentárias, a caxumba e as gripes. todas mataram grande número de índios. Os que sobraram foram transformados em escravos, para a coleta das drogas do sertão, ou então ficaram sob o controle da catequese de jesuítas, carmelitas e franciscanos. O narrador vai lendo texto do padre Vieira, lamentando a morte de dois milhões de índios, em trinta anos. Este caboclos se transformaram em índios genéricos, sem língua própria, sem identidade. Uma enorme massa de índios, de poucos brancos e negros formou uma nova matriz étnica. Falavam o tupi, uma língua estrangeira que lhes foi trazida pelos jesuítas. O português era apenas a segunda língua, que foi se firmando, graças aos esforços, no segundo reinado. Viviam das drogas do sertão e da abundância da natureza, da forma mais rudimentar e primitiva.


A partir de 1880 ocorreu a primeira grande transformação, que marcou o seu maior florescimento econômico. A borracha abriu um ciclo econômico vinculado com a exportação, com a Europa. Para lá é que eram drenados todos os recursos. O seringueiro levava uma vida desgraçada e que conheceu uma nova forma de exploração, o sistema de aviamento. Ele recebia adiantamente as mercadorias que precisava, poucas na verdade: comida, roupas, pólvora,  e pagava depois, mas nunca conseguia pagar. As contas sempre pendiam para um lado só. Manaus transformou-se na capital mundial da borracha e Belém na capital da Amazônia.
Depois da primeira guerra o cenário muda. A Malásia domina o mercado da borracha e aqui ocorre a debandada. Empresários se suicidam, casas e palácios começam a ruir e Manaus, a primeira cidade brasileira a ter telefone, energia elétrica e bondes, na década de cinquenta nem energia elétrica mais tinha. Um novo período de desastres se reabrirá com o projeto dos militares golpistas. Queriam integrar a amazônia, loteando-a para os grandes grupos internacionais. Com a Transamazônica queriam levar a modernidade à região. Mas só inauguraram uma nova via crucis de conflitos agrários e de destruição de áreas indígenas. A desintegração e os conflitos tomam conta da região. A contradição é percebida e os povos da floresta se organizam. A morte de Chico Mendes representa simbolicamente todo este conflito. O narrador lê um texto do marechal Rondon sobre o absurdo do loteamento da Amazônia, um projeto atrasado, lastimoso e vergonhoso. As terras, onde jamais o homem civilizado pôs os pés,  numa inversão monstruosa de ordem tanto moral, quanto racional, passou a ser propriedade privada, para no futuro, ali se promover a expulsão de índios e ainda acusá-los de intrusos, salteadores e ladrões.
Até hoje a civilização se mostrou incapaz de produzir um sistema de viabilidade econômica às condições da floresta tropical. E, enquanto Chico lê, a câmara mostra cenas das consequências, como os misticismos e os trabalhos degradantes. O Brasil precisa vencer o desafio da amazônia e tem que mostrar ao mundo, que nem tudo é mercado e competição e que o índio precisa de medidas especiais de proteção, para que as populações do Brasil Caboclo não sejam reduzidas à condições de vida de extrema pobreza. E Darcy quase chega a nos pregar: lá vive o povo mais culto da terra, o povo mais culto do Brasil. Tem dez mil anos de sabedoria herdada, de convívio com a natureza e de saber sobreviver nela, sem degradá-la. O que não seria de uma economia que incorporasse o cupuaçu, o bacuri e tantas outras frutas numa agricultura organizada. A própria mata se enriqueceria. O que não seriam as fazendas de criação de peixes e de jacarés.O cenário de fundo vai mostrando estas maravilhas.



Ao assistir a Decima parte do  vídeo O POVO BRASILEIRO pude entender o seguinte ?
 
 
 
 
 
Darcy também destaca a beleza desta terra, o mito do paraíso tropical, enquanto Roberto Pinho lembra que, pela apropriação dos muitos mitos, o povo brasileiro foi construindo a sua identidade. A narração nos fala da subversão que o projeto português veio sofrendo com a realidade dos trópicos e a presença da força ameríndia e africana. E continua, - nada aqui permaneceu puro. Um povo mestiço, misturou deuses e mais uma outra realidade, uma nova língua: o português do Brasil. Darcy reflete sobre o milagre da unidade nacional. Como isso foi possível com a confluência de tanta e, tão diversa gente, vinda da Europa, da África e das florestas. Houve uma grande homogeneidade. A uniformidade nas diferenças marcou um conserto de uma grande beleza, que aos poucos foi amadurecendo. A narração nos alerta que esse processo não foi nenhum mar de rosas.

Chico mais uma vez lê Darcy. Lê que muitos tentaram atribuir ao Brasil a cordialidade como a sua principal característica. Por excelência seríamos cordiais, gentis e pacíficos. Não foi bem assim. Os conflitos foram de toda ordem: étnicos, econômicos, sociais e religiosos. O assinável, continua Chico, é que nunca houve conflitos puros. Cada um se pintou com as cores dos outros. Houve entre choques de índios, negros e brancos e sempre vivemos em estado de guerra latente. E muitas vezes esses conflitos se tornaram cruentos e sangrentos. Darcy conta que houve luta em toda parte, porque diferentes eram os povos e os destinos dessas gentes. O Poder central sempre dominou a todos.

Como exemplo de conflitos, a narrativa do vídeo nos põe em contato com a Cabanagem. Os povos nativos e com vida autônoma entram em conflito com a estreita camada lusa e com o seu projeto de país. O resultado foi um grande genocídio. Mais de cem mil caboclos foram mortos, embora, nas lutas tivesse havido grandes conquistas, apoderando-se inclusive de cidades como Belém e Manaus. Estes caboclos foram trucidados para que a amazônia continuasse amarrada ao Brasil. Fizeram o anti natural para que aquela gente fizesse parte de nossa gente.
Palmares também é lembrada. Um caso típico de um conflito inter racial. Negros fugidos dos canaviais se organizaram para viverem para si. Já tinham esquecido da África e fizeram uma república bem brasileira, socialista, comunitária onde tudo era de todos. Só que fizeram isso da única forma possível: primitiva, rudimentar, desordenada e desarticulada e, como os cabanos também foram trucidados. Chico lê que a sua destruição era um requisito da manutenção da sociedade escravista, seja para reaver negros fugidos ou para se precaver de novas fugas. As sublevações negras eram mais temidas que as invasões estrangeiras.A destruição teria que se dar por uma lição exemplar. A narrativa continua. E assim, conspirações, revoltas e guerras marcaram os caminhos da nossa configuração como povo e como país. Todos brigaram contra todos e as lutas não cessaram. Houve lutas pela independência e após ela, como nos atestam a Revolução Farroupilha, a Sabinada e a Guerra de Canudos e outros levantes sertanejos.

Canudos é comentada. A herança portuguesa é lembrada. O mito do sebastianismo. Como seu corpo nunca fora encontrado nos campos de batalha, ele voltaria forte, jovem e formoso. É uma das heranças mais bonitas que temos, lembra Darcy. Ele viria com seus exércitos para redimir o seu povo, matando os fazendeiros, os donos da terra, a gente canalha. Isso povoava a imaginação dessa gente. E eles poderiam plantar para comer. As crenças mais diversas se concentraram na figura de Conselheiro, com seus bandos de beatos. E os fazendeiros se apavoravam, não diante de sua religião, de seu misticismo. Se apavoravam com a ideia de que eles fariam as suas roças e comeriam o que plantavam e, ninguém mais faria isso para eles. Foram acusados de monarquistas e contra elas foram levados os exércitos e os canhões. Ao final o que encontraram? Algumas mulheres e crianças. Tinham matado todos.
 
 
 
 

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